Biografias - Adolpho Lutz

As Origens
Adolpho Lutz nasceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de dezembro de 1855.

Seus pais, Gustav Lutz e Mathilde Oberteuffer, emigraram para o Brasil em fins de 1849, fixando-se na cidade de nascimento de seu segundo filho. Os Lutz eram uma das famílias mais tradicionais de Berna desde o século XVI, vinculada à corporação de ofício dos carpinteiros, com direito de votar e portar armas. O avô de Adolpho Lutz, Friedrich Bernard Jacob Lutz, foi uma figura de destaque na história da medicina suíça, tendo chefiado o serviço médico do exército da Confederação Helvética por cerca de vinte anos.

Os Lutz chegaram ao Rio de Janeiro no princípio de 1850, no auge da epidemia de febre amarela que causou milhares de mortes na capital brasileira, e aí nasceram quase todos os dez filhos do casal. Em 1857 os Lutz decidiram retornar a Berna, talvez motivados pela insalubridade do Rio, que, além de recorrentes surtos de febre amarela, fora atingido por devastadora epidemia de cólera em 1855. Adolpho Lutz tinha dois anos quando foi conhecer a terra onde nasceram seus antepassados.

Adolpho Lutz tinha aproximadamente nove anos quando seus pais retornaram ao Brasil, em 1864, para cuidar dos negócios da família. Lutz realizou os primeiros estudos na Basiléia, onde fora deixado com os dois irmãos mais velhos aos cuidados da família de um professor. Desse momento até a conclusão de seus estudos superiores, ficaria 17 anos longe do convívio familiar, só retornando ao Brasil em 1881.

Desde muito cedo, Adolpho Lutz manifestou interesse pela natureza, dedicando-se, ainda na infância, ao estudo da história natural e à coleção de espécimes, tais como caramujos, cavalos marinhos, borboletas e plantas. Esse instinto de colecionador e a vocação para observar o mundo natural já eram visíveis em carta que escreveu para a irmã aos 10 anos de idade.

Na adolescência, Lutz consolidou a opção profissional, reservando parte de seu tempo para a aquisição mais metódica de conhecimentos sobre as ciências naturais. Aos 13 anos leu A origem das espécies, publicado por Charles Darwin em 1859, obra que exerceria grande influência em suas atividades futuras.

Em 1874, Lutz iniciou seus estudos superiores na Faculdade de Berna, optando pela medicina. Obteve o diploma de médico em 19 de julho de 1879 e, no ano seguinte, o de doutor em medicina, tendo escolhido a área de clínica médica para escrever sua tese.

Durante os anos de sua formação, Adolpho Lutz sempre manteve o interesse pela história natural. Aos 25 anos, já doutor, prosseguiu os estudos em outras cidades européias. No segundo semestre de 1880 viajou para Viena, na época um dos maiores centros mundiais em medicina clínica e dermatológica. No primeiro semestre do ano seguinte esteve em Londres, onde acompanhou preleções e atos cirúrgicos de Joseph Lister, no hospital do King's College, da Universidade de Londres. Em julho de 1881 esteve em Paris, e, ao que parece, conheceu Pasteur. Ainda nesse ano regressou a Berna, refez as malas e partiu para o Brasil, juntando-se finalmente à família.


A Volta ao Brasil
Recém-formado, Adolpho Lutz, instalou-se no Catete, no prédio que servia ao mesmo tempo à escola suíço-brasileira e à residência dos pais. Uma das primeiras providências de Lutz consistiu em validar o seu diploma, apresentando à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro a tese de doutoramento que acabara de defender em Berna. Lutz descreveu esse trâmite e retratou o ensino da medicina no império brasileiro em artigo publicado em abril de 1882 em Correspondenz-Blatt für Scheweiz Aerzte.

Nesse artigo, Lutz reconhecia o ''gigantesco progresso" trazido pela reforma do ensino em curso no Rio de Janeiro e em Salvador, mas considerava as deficiências da instrução básica e, principalmente, o "caráter" do brasileiro como os principais entraves ao desenvolvimento de uma genuína cultura científica entre nós. Repugnava-lhe a prevalência do apadrinhamento e do protecionismo sobre o direito e a competência pelo saber. Outro problema era a conexão unilateral com a França e a recusa a influências vindas de outros países, em particular os germânicos. Na opinião de Lutz, as dissertações dos doutorandos brasileiros continham poucas idéias originais, consistindo, em sua maior parte, em compilações de autores franceses.

Depois de uma tentativa frustrada de se estabelecer em Petrópolis, no primeiro semestre de 1882, Adolpho Lutz transferiu-se para Limeira, interior do estado de São Paulo. Nesse município realizaria importantes pesquisas e escreveria trabalhos pioneiros em medicina e veterinária.


Em Limeira
Em Limeira, Lutz conquistou grande reputação como clínico e fama de exímio diagnosticador, sendo constantemente requisitado para atender em fazendas e regiões distantes. No exercício da atividade, chocou-se mais de uma vez com a mentalidade escravocrata e o tratamento dispensado aos negros.


Nesse mesmo período, realizou importantes investigações tanto no domínio da clínica como no da helmintologia.

Buscava elucidar o ciclo evolutivo, a transmissão e a patogenia de helmintos que parasitam animais domésticos e o homem.

Em 1885, viu os primeiros casos de uma doença de carência que descreveria, no ano seguinte, num congresso de médicos e naturalistas na Alemanha, como casos de acrodinia infantil ou pelagra, isso numa época em que as avitaminoses ainda não eram conhecidas pela medicina. Em 1885, Lutz publicou estudo muito importante sobre a ancilostomíase, Ueber Ankylostoma duodenale und Ankylostomiasis, numa série de artigos que saíram na coleção de lições de clínica médica de Richard von Volkman, editada em Leipzig. Depois foram publicados, em português, em O Brazil-Médico e na Gazeta Médica da Bahia. Em 1888, foram reunidos em livro os artigos que o tornaram mais conhecido entre seus pares no Brasil.

Possivelmente, Lutz foi o primeiro a estudar o ciclo do Rhabdonema strongyloides no Brasil (1885-1886) e a descrever a patologia que ocasionava a estrongiloidíase nas comunidades humanas. Em 1888, publicou no prestigioso Centralblatt für Bakterologie, Parasitenkunde und Infektionskrankheiten uma série de artigos sobre afecções provocadas por nematódeos intestinais no homem - ancilostomíase, oxiuríase, ascaridíase e tricocefalose. Lutz preocupava-se muito com a divulgação dos métodos de diagnóstico dessas helmintoses, ressaltando a importância da adoção generalizada do exame de fezes.

Seus trabalhos também enfocavam os aspectos epidemiológicos das helmintíases humanas, correlacionando-as com os hábitos de vida e alimentação das populações imigrantes. Lutz ressaltava o papel do solo na propagação dessas doenças e na alta incidência de infestações domiciliárias e de epidemias familiais.

Suas investigações sobre os vermes alargaram o repertório de patologias estudadas pela escola tropicalista baiana e abriram caminho para o estudo das doenças de animais no Brasil, campo no qual foi pioneiro. O trabalho com que inaugurou as pesquisas veterinárias foi a descrição, publicada em 1885, de uma espécie de Rhabdonema encontrada no porco doméstico. Dois anos depois, chamou atenção para o provável papel das pulgas como hospedeiros intermediários do Dipylidium caninum, papel esse que havia sido atribuído apenas aos piolhos do gênero Trichodectes. Lutz seguiria investigando as helmintíases mais comuns em animais domésticos, descrevendo, entre outras, a estefanurose e a cisticercose do porco, e a Fasciola hepatica. Determinaria o hospedeiro intermediário desse trematódeo no Brasil e encontraria novos hospedeiros silvestres para o Dioctophime renale, parasita dos rins de vários animais domésticos.


O Estudo da Lepra
Em março de 1885, Adolpho Lutz deixou Limeira para trabalhar na clínica fundada em Hamburgo, Alemanha, pelo dermatologista Paul Gerson Unna. Sob sua orientação, enveredou pelo terreno da bacteriologia: investigou o bacilo da lepra e microrganismos relacionados a várias doenças de pele. Ao regressar ao Brasil, no primeiro semestre de 1886, Lutz mudou-se de Limeira para a capital paulista. No final de 1888, já havia tratado de 200 a 250 vítimas da lepra, dos quais 50 acompanharia ainda por longo tempo. Avaliou, então, que existiam de cinco a dez mil doentes no Brasil, a maioria em São Paulo, que considerava um dos estados mais afetados.

Não obstante se dedicasse à clínica, continuou a publicar, especialmente na Alemanha, numerosos artigos relacionados à dermatologia e helmintologia. Ainda em 1886, publicou artigo sobre nova doença de pele que encontrara no Brasil e seu primeiro trabalho sobre o micróbio da lepra, na revista editada por Unna, Ferdinand von Hebra e Lassar, Monatshefte für Praktische Dermatologie (atual Dermatologische Wochenschrift), a mais importante caixa de ressonância internacional das experiências clínicas e laboratoriais concernentes àquela especialidade médica.

À época em que se interessou pela doença, ela estava exposta a grandes turbulências em virtude de concepções conflitantes sobre sua etiologia, seu modo de transmissão e sua profilaxia. Contrapunham-se, de um lado, os defensores da hereditariedade, tese formulada pelos médicos noruegueses Daniel Cornelius Danielssen e Carl Wilhelm Boeck em 1847; de outro, os partidários da contagiosidade da doença, crença que ganhara novo impulso desde a descoberta, em 1874, do Bacillus leprae por outro norueguês, Gerhard Armauer Hansen. As disputas se agravavam em razão da dificuldade encontrada pelos bacteriologistas para cultivar in vitro o micróbio descoberto por Hansen e replicá-lo em animais, o que prejudicava a comprovação das relações do micróbio com a lepra.

Tal dificuldade tornava indispensável o contato direto com doentes para renovar as matérias orgânicas utilizadas nos estudos sobre a morfologia e biologia do Bacillus leprae e sobre o modo como se distribuía nos órgãos e membros lesionados. Foi com esse objetivo que Adolpho Lutz esteve em 1887, por curta temporada, no Hospital dos Lázaros, no Rio de Janeiro, então um dos principais centros de tratamento de hansenianos do país.

Logo em seguida surgiu uma oportunidade para Adolpho Lutz dar um curso. Quando Unna indicou-o ao presidente do Conselho de Saúde do Reino do Havaí para aplicar no leprosário recém-instalado na ilha de Molokai a terapêutica desenvolvida pelo dermatologista alemão em Hamburgo.

Lutz desembarcou em Honolulu, capital do arquipélago havaiano, no dia 15 de novembro de 1889. Nomeado Government Physician for the Study and Treatment of Leprosy, realizou esses estudos e tratamentos na Receiving Station de Kalihi, supervisionando, ao mesmo tempo, o tratamento mais amplo no leprosário de Molokai. Logo contaria com o reforço de uma enfermeira inglesa, Amy Marie Gertrude Fowler, com quem viria a se casar, em 11 de abril de 1891.

Uma das distrações prediletas de Adolpho Lutz era fazer excursões para estudar a flora e a fauna das ilhas. Ele aproveitou a estada no Havaí para dar prosseguimento às suas investigações sobre as verminoses de humanos e animais. Iniciou também os estudos entomológicos que embasariam sua atuação posterior como sanitarista e que consolidariam sua hipótese da transmissão da lepra por mosquitos. No leprosário, distinguiu-se, assim como Amy, por não se furtar ao contato direto com os doentes, afirmando sua postura anticontagionista.

Durante esse período, publicou diversos trabalhos que o levaram a interagir mais fortemente com médicos, zoólogos e bacteriologistas que vinham dando corpo ao que logo iria chamar-se "medicina tropical". Realizou investigações sobre a fascíola hepática e seus transmissores, que o levaram a estudar os caramujos existentes nas diferentes partes das ilhas onde havia criação de carneiros. Essas observações dariam origem, anos mais tarde, a uma de suas maiores contribuições à zoologia médica no Brasil: a pesquisa sobre o Schistosoma mansoni e os moluscos transmissores da esquistossomose.

Também no Havaí, verificou que plantas armazenadoras de água como as Freycinetias serviam de habitat para pequenos crustáceos, observação que teria grande importância em seu trabalho posterior sobre a malária silvestre.

Em setembro de 1890, Lutz enviou uma carta ao Hawaiian Board of Health anunciando sua demissão do leprosário. Apesar disso, manteve a clínica particular em Honolulu e deu prosseguimento às pesquisas sobre a lepra e outros assuntos até meados de 1892, tendo deixado inédito o esboço de um tratado sobre a doença. Em 1891 publicou estudo fundamental sobre as disenterias no CentralBlatt für Bakteriologie und Parasitenkunde. Publicou, ainda, importantes trabalhos sob forma epistolar, com o título "Correspondência de Honolulu", no Monatshefte für Praktische Dermatologie. A correspondência prosseguiria no segundo semestre de 1892, quando se transferiu, juntamente com Amy, para a cidade de São Francisco, nos Estados Unidos. Numa das cartas, descreveu pela primeira vez as nodosidades justarticulares como lesões sifilíticas, característica posteriormente estabelecida, com status de pioneirismo, pelo médico francês Jeanselme.

Adolpho Lutz retornou ao Brasil no início de 1893, inaugurando pouco tempo depois uma nova fase de sua trajetória profissional - talvez a mais importante - como diretor do Instituto Bacteriológico de São Paulo.


O Retorno ao Brasil

Adolpho e Amy Lutz retornaram ao Brasil em janeiro de 1893. O casal permaneceu algumas semanas no Rio de Janeiro e decidiu fixar residência em São Paulo. Na capital paulista nasceriam os dois filhos do casal, Bertha Maria Júlia (2.8.1894), que viria a ser naturalista do Museu Nacional, e Gualter Adolpho (3.5.1903), futuro professor catedrático de medicina legal da Faculdade Nacional de Medicina (Universidade do Brasil).

Em 18 de março de 1893, Adolpho Lutz foi nomeado subdiretor do Instituto Bacteriológico, uma das repartições do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo, criada em julho do ano anterior. Com uma pequena equipe, formada, a princípio, por três ajudantes e dois serventes, o cientista teria de dar cabo de pesadas incumbências: preparação de vacinas; exame de substâncias destinadas a fins higiênicos e terapêuticos; investigações em microscopia e bacteriologia relacionadas não apenas às epidemias e epizootias que irrompessem no estado como às solicitações de clínicos em dúvida sobre o diagnóstico dos padecimentos de seus pacientes.

Efetivado no cargo de diretor do Instituto Bacteriológico somente em 18 de setembro de 1895, Adolpho Lutz exerceu-o por 15 anos, até transferir-se para o Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, em novembro de 1908. A instituição paulista funcionou em salas e prédios adaptados, em caráter provisório, até outubro de 1896, quando foi transferida para prédio construído ao lado do Hospital do Isolamento. Com isso, Lutz pôde resolver a maior dificuldade que ele e seu pessoal enfrentavam: a falta de um hospital onde pudessem realizar autópsias, firmar diagnósticos, apurar estatísticas e testar as medidas mais adequadas para profilaxia e tratamento de doenças infecciosas.

Junto com seus auxiliares, Adolpho Lutz realizou investigações de grande relevância sobre as doenças infecciosas que grassavam endêmica ou epidemicamente no estado, e enfrentou duras controvérsias com a parcela majoritária do campo médico e com outros atores sociais. O Bacteriológico participou da instauração, no país, de laboratórios para a fabricação de soro e vacina contra a peste bubônica: inaugurou um na fazenda Butantan, atual Instituto Butantan, ao mesmo tempo em que se criava no Rio de Janeiro um laboratório soroterápico congênere na fazenda de Manguinhos. Paralelamente, Lutz dava continuidade a investigações em campos da zoologia médica que já o atraíam, por vezes a partir de demandas externas, como a que resultou em seus estudos sobre o mal de cadeiras.


No Instituto Oswaldo Cruz

Em 1908, já com mais de cinqüenta anos, Adolpho Lutz ingressou no Instituto Oswaldo Cruz - IOC, no Rio de Janeiro. É na cidade onde nasceu que transcorre o terceiro período de sua vida profissional, em que realiza a aspiração de se dedicar por inteiro à pesquisa - não necessariamente de aplicação médica -, o que faz até falecer, em 6 de outubro de 1940. Graças à sua longevidade, essa fase, iniciada tardiamente, foi mais longa do que as duas outras reunidas: aquela em que Lutz foi acima de tudo um clínico, e o período à frente do instituto paulista.

A bagagem extraordinária de conhecimentos zoológicos que Adolpho Lutz levou para Manguinhos foi decisiva para a construção de suas coleções biológicas e para o adestramento dos jovens médicos recrutados por Oswaldo Cruz, todos na casa dos vinte anos. Com Lutz aprenderam muitas das ferramentas necessárias para investigar os complexos ciclos de parasitos e de seus hospedeiros. Sua contratação coincide com o auge da influência alemã sobre a vida científica de Manguinhos. As Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, inauguradas em 1909, difundiriam os trabalhos de seus cientistas, quase sempre em português e alemão, cabendo com freqüência a Adolpho Lutz a árdua ainda que pouco reconhecida tarefa de traduzi-los para esse idioma, hegemônico até a Primeira Guerra Mundial. Seu capital de relações com universidades, museus e institutos de pesquisa europeus e norte-americanos certamente contribuiu para consolidar o prestígio internacional do IOC.

Em 1926, novo regulamento dado a Manguinhos criou várias seções científicas e ampliou o Curso de Aplicação, destinado a médicos, biólogos e naturalistas que desejavam se especializar em microbiologia. Lutz ensinava zoologia médica nesse curso. Seu laboratório passou a fazer parte da seção de mesmo nome, que tinha a seu cargo os estudos em protozoologia, helmintologia, entomologia, de animais venenosos e veiculadores de parasitos, além da manutenção das coleções de zoologia médica.

Foi trabalhando no IOC que Lutz fez sua contribuição mais importante à ciência, de acordo com ele. Em 1919, Lutz publicou artigo sobre o S. mansoni e a esquistossomose com base nas observações feitas no Brasil. Bastante extenso, é na verdade uma monografia sobre diversos aspectos da helmintose, inclusive o ciclo evolutivo de seu agente. Anos depois, em 1928, publicaria Bilharziazis oder Schistosomum infektionen, em colaboração com seu filho, Gualter A. Lutz.

Contribuição técnica importante do cientista brasileiro foi o método de enriquecimento de ovos de S. mansoni em fezes humanas que desenvolveu durante suas pesquisas. Além dos textos que escreveu, formou coleção que totalizaria 3.214 exemplares de Planorbis, gênero de caramujos que compreende algumas espécies transmissoras da doença. Sempre na interseção entre medicina e história natural, Lutz relacionava os helmintos e seus hospedeiros a problemas clínicos e sanitários, abordando-os de diversos pontos de vista.


Morte
Adolpho Lutz faleceu em conseqüência de uma pneumonia em 6 de outubro de 1940, pouco antes de completar 85 anos. Numerosos necrológios, notícias e discursos de homenagem, no Brasil e no exterior, exaltaram os feitos do cientista, que trabalhou em diversas áreas de pesquisa, como: a dermatologia, a parasitologia e a zoologia, além de ser um grande clínico.

Três semanas depois do falecimento do cientista, o Instituto Bacteriológico de São Paulo, que fechara as portas entre 1925 e 1931, foi reinaugurado, solenemente, em nova sede, com o nome de Instituto Adolfo Lutz.

Nos anos seguintes, Bertha Lutz, filha do médico e cientista, envidou grandes esforços para preservar o arquivo, a obra e a memória do pai. Graças a ela e a outros admiradores, Lutz foi homenageado por diversas entidades culturais e científicas no centenário do seu nascimento, em 1955. Dez anos depois, o Instituto Adolfo Lutz inaugurou busto do cientista como parte das comemorações de seu jubileu de prata. Em 1992, Bertha editou volume comemorativo dos 100 anos do Laboratório de Saúde Pública com importantes ensaios dedicados a Lutz.


Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde Adolpho Lutz
(http://www.bvsalutz.coc.fiocruz.br/html/pt/home.html)

FAPERJ

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