O primeiro furo de reportagem relacionado ao licenciamento
compulsório do EFAVIRENZ pode ser creditado à revista Carta
Capital (ano XIII, n°442, 2 maio de 2007). Na matéria de
capa com o título "
Nas
mãos das Múltis - o Brasil ainda é refém do setor farmacêutico,
mas tem a chance de quebrar uma patente pela primeira vez",
o jornalista André Siqueira baseou-se na Portaria 886, de
24 de abril, que declarou o EFAVIRENZ de interesse público,
para antecipar o fato que só veio a concretizar-se dias
depois da revista chegar às bancas.
A decisão governamental teve vasta repercussão na mídia,
tornando-se manchete constante nos principais veículos de
comunicação do planeta, por quase uma semana. O jornal norte-americano
The Wall Street Journal chegou até a publicar
um editorial criticando, com voracidade, a medida que oficializou
o licenciamento compulsório do EFAVIRENZ, alertando a Organização
Mundial do Comércio (OMS) de que outros países pobres poderiam
seguir o exemplo brasileiro.
A mídia divulgou notas oficiais, tanto de apoio quanto de
críticas, de diversas entidades como a
Federação
Internacional de Indústrias Farmacêuticas,
Federação
Brasileira da Indústria Farmacêutica,
Câmara
de Comércio dos Estados Unidos,
Médicos
Sem Fronteiras,
Unicef,
Aids Healthcare Foundation, entre outras organizações.
De Cuba, Fidel Castro divulgou um comunicado à imprensa
apoiando totalmente o "decreto de nacionalização da patente
de uma transnacional farmacêutica".
O Instituto do Milênio - Inovação e Desenvolvimento de Fármacos
e Medicamentos está disponibilizando, em seu site, o especial
"
Um
Grito de Liberdade" que faz uma retrospectiva com as
principais matérias relacionadas ao tema, classificando-as
por assuntos como: repercussão na mídia, pequeno histórico,
números/Cifras, importação do Genérico, produção nacional
do EFAVIRENZ, possíveis retaliações, licenciamento compulsório
e Trips.
Para escrever esta coluna o Instituto Virtual de Fármacos
selecionou mais de 50 matérias jornalísticas dos principais
veículos de comunicação do país e não encontrou nenhuma
declaração oficial dos representantes da Fundação Oswaldo
Cruz ou do Laboratório Oficial Farmanguinhos, futuros responsáveis
pela fabricação do EFAVIRENZ nacional. Somente a ex-diretora
de Farmanguinhos, Eloan Pinheiro, deu entrevistas sobre
o assunto ao jornal O Estado de São Paulo - "
Custo
de remédio importado representa 72%".
Foram poucos os meios de comunicação que convidaram pesquisadores
da área para expressar sua opinião sobre o assunto. Destaque
especial para o site Universia Brasil (portal de educação
que integra uma rede de 987 universidades em diversos países),
com a matéria "
Por
Trás da Quebra da Patente - Especialistas debatem conseqüências
da decisão tomada pelo Brasil".
Pela escassez na mídia do ponto de vista de especialistas
em química farmacêutica medicinal, no que diz respeito às
dificuldades de produção do fármaco no país, o coordenador
do Instituto Virtual de Fármacos, Eliezer J. Barreiro, escreveu
o artigo "
Sobre
a rota de síntese do EFAVIRENZ", que estréia a seção
"Com a Palavra o Especialista" no portal IVFRJ-FAPERJ.