Pesquisa mostra que genéricos têm pouco uso
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Um trabalho realizado com 3.182 pessoas por pesquisadores
da Universidade Federal de Pelotas sobre o conhecimento
e o uso dos chamados genéricos mostrou que a população
conhece os benefícios econômicos dos genéricos, mas
faz pouco uso deles. Para os gestores de políticas
públicas na área de saúde esses são dados importantes
sobre o uso de medicamentos pela população brasileira.
O estudo, publicado na edição atual dos Cadernos
de Saúde Pública, mostra que, apesar de 65,9%
terem comprado algum tipo de medicamento nos 15 dias
anteriores à entrevista, apenas 3,6% adquiriram um
medicamento genérico, taxa considerada muito baixa
pelos pesquisadores. Entretanto, 86% afirmaram saber
que essa outra classe de remédios tem preços mais
baixos e 70% indicaram, de forma correta, que ambas
as formulações são de boa qualidade.
Um dado obtido pelos questionários pode ajudar a explicar
o contra-senso detectado no Sul do Brasil. Um medicamento
de marca, com nome comercial semelhante ao genérico,
foi erroneamente classificado por meio de fotos por
48% das pessoas.
Como o preço é um critério fundamental no momento
da decisão de compra na farmácia, e vários medicamentos
não-genéricos e também sem marca estão sendo produzidos
pelas indústrias farmacêuticas - muitas vezes com
custo baixo para o consumidor -, essa confusão pode
contribuir para a baixa taxa detectada pela pesquisa.
Além disso, apenas 57% conheciam alguma característica
da embalagem que diferencia os genéricos de outros
medicamentos.
Do total de pessoas entrevistadas, 63% afirmaram que
compram exatamente o remédio que consta na receita
médica. Por conta disso, dizem os pesquisadores na
conclusão do trabalho, os profissionais da área médica
poderiam ser mais encorajados a prescrever medicamentos
genéricos.
Do ponto de vista comercial, o estudo revela outra
evidência. O potencial para o mercado de genéricos
do Brasil é enorme, considerando que existem 56 classes
terapêuticas já cobertas por essa classe de medicamentos.
Em países como Canadá, Dinamarca, Estados Unidos e
Reino Unido, os medicamentos genéricos respondem por
40% das vendas.
Para ler o artigo publicado nos Cadernos de Saúde
Pública acesse
http://
www.scielo.br
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