Erros de medicação e sistemas de segurança
do paciente |
Os erros de medicação são uma preocupação constante
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Demonstrando essa inquietação da entidade com o
tema, o farmacêutico gerente executivo da área de
Farmacovigilância da entidade, Murilo
Freitas Dias, falou sobre algumas atitudes que
devem ser tomadas em relação ao assunto, durante
o 5º Congresso RioPharma de Ciências Farmacêuticas.
Ele propôs algumas mudanças e citou alguns casos
recentes durante sua palestra do dia 21 de setembro,
intitulada: "Identificar e Prevenir Erros de Medicação:
Estratégia para Redução de Danos à Saúde".
Foto: André Telles |
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Murilo Freitas Gerente
de Farmacovigilância da Anvisa
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Para Murilo, a principal causa dos erros de medicação
é a falta de comunicação entre os envolvidos no
processo terapêutico. Ele prega que deve haver maior
interação entre o médico e o paciente e o farmacêutico
e o paciente. "O processo de comunicação na terapêutica
é vital para a segurança do paciente", explicou
o único representante latino-americano do Comitê
Assessor de Segurança de Medicamentos da Organização
Mundial da Saúde. "A questão da comunicação é não
só oral, mas também por escrito, e tem a ver com
todo o ciclo de uso do produto e dos sistemas que
envolvem medicamentos, então comunicação é um ponto
focal de todo o sistema que vise a segurança do
paciente". Além disso, ele afirmou que técnicas
inadequadas, diagnóstico tardio, nomes de fármacos
parecidos e uso indevido contribuem para aumentar
os números de erros de medicação.
Explicando melhor alguns equívocos, o palestrante
exemplificou a situação citando um caso recente
em que foi receitado um medicamento de nome ambíguo
a um paciente. A letra complicada do médico, a falta
de comunicação entre as partes e a precipitação
do farmacêutico na hora da venda do medicamento
fizeram com que o paciente saísse da farmácia com
a substância ativa errada. Alheio a essa seqüência
de erros, o paciente tomou o medicamento e acabou
sofrendo dano cerebral permanente, uma seqüela grave
para erros preveníveis.
Como forma de evitar essas infelicidades, Murilo
sugeriu algumas saídas. Para ele é necessário dar
mais atenção ao doente em momentos essenciais, como:
na transição do hospital para casa, após alta e
no momento da compra de medicamentos. Para isso,
ele acredita que seja necessária a implantação de
sistemas de segurança do paciente, que atuariam
nessas ocasiões cruciais, fornecendo informações
e melhorando a comunicação. A participação do enfermo
também é capital. Com um diálogo melhor entre ele
e seu médico, após o diagnóstico, ele deve procurar
saber mais sobre sua doença. Dessa forma, alguns
erros poderiam ser evitados.
Foto: André Telles |
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Murilo Freitas Dias enumera
possíveis atitudes para evitar os erros de
medicação
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Sem ausentar as indústrias farmacêuticas de culpa,
Murilo Freitas também criticou a semelhança de nomes
de diversos medicamentos. Mas afirmou que a melhora
nesse processo de registro depende de muitas variáveis
e de um processo burocrático longo que deve ser
revisto no futuro. Para melhorar essa questão, ele
salientou a importância do envolvimento dos profissionais
da saúde. Estes podem contribuir notificando suspeitas
de erros de medicação, através do site da ANVISA
- um processo completamente confidencial e não-punitivo.
O site da agência reguladora aborda o tema da seguinte
forma: "Este campo está disponível a todos
os profissionais de saúde que pretendam notificar
erros de medicação. As notificações serão mantidas
no anonimato e poderão contribuir para prevenir
e minimizar erros semelhantes".
(*) colaboração Lúcia
Beatriz
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