Encontro inovador com o foco nos profissionais
de P,D&I |
Entrosamento permanente dos profissionais do setor
de conhecimento e do setor de produção. Esse é o objetivo
do
Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e
Medicamentos (ENIFarMed). Com o apoio do Ministério
da Saúde e a presença do diretor-geral da Organização
dos Produtores Farmacêuticos da Índia, Ajit Dangi,
o evento se realizará em São Paulo de 20 a 22 de novembro.
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"O
MS entendeu que o ENIFarMed era um novo evento
que faltava ao nosso ambiente de inovação
e deu apoio imediatamente"
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A idéia para a realização do 1º ENIFarMed surgiu a
partir de eventos anuais de interação entre profissionais
das áreas de metalurgia e de celulose e papel. Essas
reuniões contribuíram para a formação de parcerias
ativas no desenvolvimento de inovações tecnológicas
que culminaram na expansão dos produtos brasileiros
no mercado externo. É com essa visão que o Encontro
Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos busca
promover oportunidades de atualização, intercâmbio
de experiências entre pesquisadores e produtores de
fármacos e medicamentos e apontar novas tecnologias
e tendências na área. "Temos muita confiança de que
será um ponto de partida para uma interação institucionalizada",
garantiu Roberto Nicolsky, um dos coordenadores do
evento.
Para institucionalizar essa relação de comunicação
entre diversos indivíduos de diferentes grupos, mas
com interesses em comum, o ENIFarMed propiciará o
ambiente necessário à esse encontro por meio de sessões
com tópicos específicos. Serão abordados pontos como:
os fitofármacos, os biofármacos, a nanodisponibilização,
entre outros. Mesmo com muitos temas em pauta, Nicolsky
acredita que a interação entre os presentes se dará
de forma espontânea: "será muito natural, pois os
profissionais da área de Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) têm a mesma linguagem, usam as mesmas metodologias
e têm os mesmos objetivos. Estamos certos de que não
haverá dificuldades", esclareceu ele.
Presenças
Confirmando essa idéia, a organização do Encontro
garantiu o apoio do Ministério da Saúde: "o MS entendeu
que o ENIFarMed era um novo evento que faltava ao
nosso ambiente de inovação e deu apoio imediatamente",
explicou Nicolsky. Assim, está garantida a participação
de técnicos do próprio Ministério, além de profissionais
da Anvisa e da Fiocruz.
Outra entidade que garante presença é a Organização
dos Produtores Farmacêuticos da Índia (OPPI, na sigla
em inglês). O diretor-geral da entidade, Ajit Dangi,
será o palestrante da primeira plenária do Encontro.
Doutorando em Química Farmacêutica pela Universidade
de Londres, na Inglaterra, o Dr. Dangi atua na área
há mais de 30 anos. Com o crescimento da Índia e seu
status de produtora de boa parte dos remédios genéricos
consumidos pelos países em desenvolvimento, espera-se
aprender muito com o representante dos produtores
farmacêuticos do país.
Com taxas de crescimento anual em torno de 9%, a Índia
é um dos países que mais cresce no mundo. Alavancando
seu desenvolvimento tecnológico a partir do fomento
definido por lei, o país aumentou suas exportações
de fármacos e medicamentos em quase dez vezes nos
últimos 15 anos. "Precisamos conhecer melhor como
tem sido esse avanço", afirmou Nicolsky.
A presença de Ajit Dangi no ENIFarMed servirá como
mapa do tesouro para o crescimento sustentado da indústria
de fármacos e medicamentos no Brasil. "O sucesso e
a competitividade da indústria brasileira é essencial
ao desenvolvimento da pesquisa nacional, inclusive
de novos fármacos, pois uma indústria anêmica não
tem musculatura para lançar novos produtos, e a escala
mundial é hoje essencial para cobrir os custos de
novos lançamentos", reconheceu Nicolsky. "Nos próximos
cinco anos temos patentes se vencendo para um mercado
mundial da ordem de US$ 60 bilhões anuais. Se desenvolvermos
a nossa química nas indústrias de síntese podemos
pretender uma significativa parcela desse mercado,
como a Índia tem obtido."
Soluções
Para um país como o Brasil que ainda cresce no setor
de Pesquisa e Desenvolvimento, iniciativas semelhantes
ao ENIFarMed surgem como soluções para a questão da
inovação na área de fármacos e medicamentos.
"Estamos apenas engatinhando. Precisamos ter modéstia
e objetividade para aprender com todos e, principalmente,
com quem construiu um processo de crescimento sustentado,
partindo do quase nada", analisou Roberto Nicolsky,
considerando o caso da Índia que, há uma década, possuía
menos patentes que o Brasil no escritório de patentes
norte-americano (USPTO, na sigla em inglês), e hoje
tem mais do que o triplo de registros anuais.
Segundo o pesquisador, algumas saídas para esse problema
podem sair dos encontros entre as partes do processo
de inovação. A união é de extrema importância, pois
os institutos, os centros de pesquisa e as universidades
podem dar suporte de recursos humanos qualificados
para os projetos de P&D desenvolvidos pelas indústrias.
Com objetivos semelhantes, profissionais da pesquisa
e da produção poderão se reunir para discutirem e
desenharem projetos conjuntos em um ambiente inovador
e fundamental, assim como as idéias que lá poderão
surgir.
Mais informações:
http://www.protec.org.br/enifarmed/
http://www.protec.org.br/enifarmed/folder.pdf
http://www.ivfrj.ccsdecania.ufrj.br/imagens/boletim_enifarmed.jpg