CARLOS
FERNANDO GROSS,
Vice-Presidente da Firjan e Presidente
do Sindicato que reúne a indústria farmacêutica
- Sinfar
IVFRJ On Line - O setor farmacêutico é um dos
que mais investe em pesquisa, mas mesmo assim não
existe um único medicamento 100% brasileiro, considerando
todas as etapas de produção. Na sua opinião o que
falta para se ter um fármaco totalmente nacional ?
Carlos Gross - A descoberta de um fármaco requer
anos de pesquisa e vultosos investimentos nas suas
diversas fases até que o produto possa estar disponível
para o consumo. Este trabalho de desenvolvimento ocorre
em alguns países com centros especializados em P&D
com equipes altamente qualificadas; o Brasil ainda
não possui a infra-estrutura necessária para este
desenvolvimento integral.
IVFRJ On Line - Como estimular o trabalho
conjunto entre universidades e empresas considerando
a existência de um parque industrial moderno, mas
com pouca capacidade de inovação e de outro lado as
universidades e os centros de pesquisa farmacêutica
abrigando 90% dos cientistas que produzem conhecimento
qualificado nesta área ?
Carlos Gross - O exemplo da Bio-Rio junto a
Universidade Federal do Rio de Janeiro é uma experiência
positiva da integração da indústria com a academia.
Hoje há maior compreensão por parte da Universidade,
da importância da indústria farmacêutica e do empresariado
para o progresso e a justiça social.
IVFRJ On Line - O senhor concorda com aqueles
que dizem que os empresários são muito imediatistas
e foram treinados para copiar patentes? E que nossas
empresas pouco ou nada investem em pesquisa e desenvolvimento
?
Carlos Gross - Lógico que não, os empresários
são preparados para gerar riqueza, emprego, progresso
e desenvolvimento.
IVFRJ On Line - Qual a sua expectativa quanto
ao Instituto Virtual de Fármacos do Rio de Janeiro
?
Carlos Gross - Estamos esperançosos de um trabalho
produtivo na área de desenvolvimento tecnológico e
de apoio às indústrias brasileiras na descoberta de
novos produtos.