|
IVFRJ
On Line - 8ª
Edição
|
.
. : : :
E N T R E V I S T A
:
: : . .
|
|
OSCAR
BERRO
Presidente do Instituto Vital Brazil
|
IVFRJ On Line - Que balanço o senhor faz do
Programa Rio Tem Remédio?
Oscar
Berro
- É um programa importante e de grande alcance. O
Governo do Estado do Rio de Janeiro, através do Instituto
Vital Brazil, já entregou 163 toneladas de medicamentos
para as 92 prefeituras fluminenses, um investimento
de R$ 4,350 milhões. E nos próximos dias faremos a
terceira distribuição. Com as duas distribuições feitas
até agora, este ano, já batemos o recorde de entrega,
desde que o programa foi criado em 2000.
Os medicamentos abastecem os postos de saúde e hospitais
dos 92 municípios e chegam à população gratuitamente,
facilitando, desta forma, o acesso a medicamentos
e viabilizando o tratamento. São 17 tipos de remédios:
para o coração, pressão alta, vermimoses, gases, analgésicos,
antibióticos, antitérmicos e diuréticos. Este programa
tem a participação do Ministério da Saúde, Governo
do Estado do Rio de Janeiro e das prefeituras. As
três esferas de governo dividem os custos. O ministério
contribui com R$ 1, o Estado do Rio, com R$ 0,60 e
as Prefeituras com R$ 0,50 por pessoa. As prefeituras
apresentam suas necessidades dos medicamentos que
compõem o elenco .
IVFRJ On Line - Universidades e empresas
farmacêuticas trabalhando juntas por uma produção
de remédios de baixo custo. O sr. acha isso possível?
O que precisa ser feito para que essa parceria aconteça
?
Oscar
Berro
- Não só acho possível como defendo esta idéia. O
Instituto Vital Brazil está desenvolvendo pesquisa
para produção de um medicamento em parceria com a
UFF. O projeto é do IVB e surgiu de observações feitas
com os animais que criamos para produção de soros.
A universidade tem um papel importante neste processo,
que emprega profissionais qualificados e ainda dá
oportunidade a futuros profissionais. Em pouco tempo
deveremos ter novidade e um produto bastante importante
para o tratamento de doenças causadas por fungos.
Mas o mais importante para reduzir custos de produção
seria que o país não dependesse mais das importações
de matérias-primas, ou seja, que estes produtos fossem
nacionais.
IVFRJ On Line - Quais são as metas/planos
de ação do IVB para os próximos anos ?
Oscar
Berro
- Pretendemos ampliar cada vez mais a produção
do IVB e bater o recorde de medicamentos e soros produzidos.
Estamos pesquisando dois novos soros para a linha
de produção do IVB. Também temos como meta desenvolver
uma fábrica de óculos para crianças e idosos. Tudo
isto além das Farmácias Populares, projeto que contribui
para a melhoria da qualidade de vida da terceira idade.
Temos certeza que se não fosse a facilidade de agora
estas pessoas não conseguiriam comprar os medicamentos
que necessitam muitas estariam mortas ou no hospital,
sobre uma cama. Levantamento feito mostra que os idosos
tomam em média três ou quatro medicamentos para as
doenças que mais atingem a terceira idade. Para comprá-los,
o gasto é de cerca de R$ 130. Isto quer dizer que,
sem condição financeira, muitos deixam de tomar os
remédios, não fazem o tratamento adequadamente e,
portanto, têm o quadro agravado ou cronificado. Esta
realidade é a mesma na Baixada Fluminense, Região
Metropolitana, interior ou nos grandes centros. Estou
providenciando uma pesquisa sobre o número de idas
dos nossos usuários ao médico antes e depois da Farmácia
Popular. Por tudo isso é que dizemos que a Farmácia
Popular é um novo modelo de saúde. No momento já há
14 unidades em funcionamento: Niterói, Campo Grande,
Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Campos, Ilha do Governador,
Bangu, Araruama, Nova Friburgo, Volta Redonda, Resende,
São Gonçalo, Jacarepaguá e São João de Meriti. Estão
previstas para breve Itaperuna, Copacabana, Méier
e Petrópolis.
IVFRJ On Line - Como o IVFRJ pode
contribuir para o alcance das metas ?
Oscar Berro
- A idéia de criação do IVFRJ é muito positiva e contribui
para congregar as instituições, visando o desenvolvimento
tecnológico genuinamente nacional, para que se tenha
condições de se investir na descoberta de novos medicamentos.
Mas ressalto que é preciso investir mais nos setores
de pesquisa como um todo no país para que nossas indústrias
farmoquímicas nacionais se desenvolvam e fortaleçam
e contribuam para a soberania nacional. Toda a cadeia
produtiva farmacêutica sairá ganhando. Quando formos
auto-suficientes ou menos dependentes em termos de
matéria-prima e insumos, certamente o panorama será
muito diferente. Além da economia em dólares, a Vigilância
Sanitária teria maior controle sobre os fabricantes.
Segundo a ALFOB (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos
Oficiais do Brasil), cerca de 30% das matérias-primas
importadas da Índia e China são reprovados em testes
de qualidade. E eles não têm um padrão nos lotes,
o que aumenta o custo de produção por causa da necessidade
de tanto reprocesso. Sob todos os aspectos vale a
pena investir na indústria farmacêutica, sobretudo
na oficial Nacional. O setor é um dos que mais empregam
no Brasil.
|
|
|
20
DE JANEIRO
|
|
|
|