Reforços no combate ao vírus
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Pesquisadores da UFF trabalham na
descoberta de novas substâncias antivirais
A ciência muitas vezes
tenta imitar a natureza, e quase sempre é por uma
boa razão. No caso da pesquisa da equipe da
professora Maria Cecília Bastos Vieira de Souza, do
Departamento de Química Orgânica da UFF, os esforços
são para obter por métodos sintéticos novas
substâncias orgânicas (heterociclos; nucleosídeos;
aciclonucleosídeos; e derivados de carboidratos de
um modo geral) com atividade antiviral.
“Buscamos atividade
antiviral, principalmente anti-HSV-1 (herpes) e
anti-HIV-1 (Aids), em um grau superior àquela
encontrada nos fármacos atualmente em uso clínico,
com menor toxicidade, ou sem apresentarem toxicidade
para as células sadias. Isso representa um grande
avanço científico e tecnológico para o país, e
resultará, dentro de um prazo de tempo necessário
para a realização de todos os testes, em se colocar
uma substância em uso clínico, com benefícios
sociais inestimáveis”, anima-se a pesquisadora.
A
pesquisa está na fase de realização de testes in
vitro e de estudos de mecanismos de atuação das
substâncias. E os testes são animadores. “Um destes
compostos, em estudos recentemente realizados, e que
estão em processo de publicação no momento, mostra
um excelente grau de inibição de células infectadas
pelo HSV-1, sem que apresente qualquer toxicidade
para as células sadias'”, explica Cecília.
Quanto à atividade anti-HIV-1, as pesquisas
revelaram algumas substâncias com grau de inibição
em torno de 20% da enzima transcriptase reversa,
responsável pela replicação deste vírus. “Estes
resultados apontam para o prosseguimento desta linha
de trabalho, estudando-se, por exemplo, a relação
estrutura-atividade de modo a se buscar o
conhecimento sobre quais modificações estruturais a
serem então realizadas poderiam levar a um melhor
grau de inibição do vírus”, revela a pesquisadora.
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Prof. Maria
Cecília e Equipe - UFF |
Trabalhando com uma equipe multidisciplinar da UFF,
a professora Maria Cecília também conta com o apoio
de pesquisadores da Fiocruz e da Universidade
Federal de Minas Gerais. O suporte financeiro vem
também de forma diversificada: PADCT/CNPq, FAPERJ,
CNPq, FINEP, CAPES, CAPES/Programa de PG em Química
Orgânica da UFF, PROPP/UFF. “São mais de dez anos de
trabalho ao lado de doutores, professores,
mestrandos e doutorandos, além de alunos de
Iniciação Científica”, destaca Maria Cecília.
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