Vigilância Sanitária - barreiras técnicas e autonomia no país em medicamentos

Em sua palestra de título "Vigilância Sanitária - barreiras técnicas e autonomia no país em medicamentos", o professor associado da Universidade de São Paulo (USP) Antonio Carlos Zanini explicou a relação entre economia e farmacologia - conhecida como farmacoeconomia. A aplicação da economia ao estudo dos fármacos pode ser abordada de diversas maneiras. Dependendo do objetivo, as áreas de estudo são: interesse social, a otimização do uso de recursos financeiros sem que haja prejuízo na qualidade do tratamento com fármacos; política nacional de medicamentos, estudo das estratégias e procedimentos quanto aos interesses do país; e investimento financeiro, ferramenta auxiliar para aumentar o lucro - principalmente das empresas farmacêuticas.

Um pouco mais adiante Zanini abordou os objetivos da Vigilância Sanitária, explicando que a proteção à saúde do consumidor e a facilitação do acesso aos medicamentos são as principais metas dessa entidade. Algo que deve ser observado com rigor a partir do momento em que empresas farmacêuticas investem o dobro de seu faturamento em marketing de medicamentos do que em pesquisa para desenvolver novas substâncias ativas.

Aproveitando a carona da Vigilância Sanitária, Zanini passa por uma breve história do acesso aos medicamentos, que inclui um histórico desde o século XIX, passando por diversas décadas até o final do século XX. Nesse contexto, o pesquisador explica a inversão que ocorre nos princípios da fabricação de medicamentos e como os fármacos estão sendo vistos como bens de produção.

Essa visão apresentada pelas indústrias de medicamentos explicita dois aspectos da farmacoeconomia, o macro e o micro. O aspecto mais amplo seria o de interesse, uma face voltada para a sociedade, para facilitar o acesso aos medicamentos. Já o aspecto micro é o adotado pelas empresas para maximizar os lucros e garantir o monopólio.

Numa análise minuciosa da atuação das indústrias farmacêuticas, Zanini faz um balanço do futuro dos medicamentos: suas aplicações, seus formatos, seus efeitos e suas conseqüências para a sociedade. Através de gráficos e análises dialéticas, o pesquisador expõe sua visão e dá uma aula sobre a interpretação da farmacoeconomia sobre o mercado de medicamentos: abordando os genéricos e sua importância; as perspectivas do mercado; a atuação das entidades de Vigilância Sanitária; os objetivos para o Brasil no campo dos medicamentos. Além disso, Zanini ainda propõe mudanças que podem melhorar a condição do país na área de pesquisa, produção e legislação de medicamentos.

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