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IVFRJ On Line - 15ª Edição
.: E D I Ç Ã O    D E   A N I V E R S Á R I O :.
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Reinaldo Guimarães - Vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Fiocruz. Ex-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, entre abril de 2003 e março de 2005.

IVFRJ On Line - O setor farmacêutico é um dos que mais investe em pesquisa, mas mesmo assim não existe um único medicamento 100% brasileiro, considerando todas as etapas de produção. Na sua opinião o que falta para se ter um fármaco totalmente nacional?

Reinaldo Guimarães - Quanto à premissa, concordo se estivermos falando em termos internacionais. No Brasil, o setor farmacêutico não é um dos que mais investe em pesquisa. Os dados da PINTEC/IBGE mostram isso com clareza. Não há um só fármaco totalmente nacional por um conjunto de razões. Em primeiro lugar, porque a competição internacional é pesada e as empresas da Big Pharma costumam concentrar suas atividades de P&D na matriz e em alguns poucos laboratórios fora da matriz. O Brasil não tem sido um dos escolhidos. Em segundo lugar, porque a década de 90 promoveu uma abertura comercial descontrolada e com isso acabou com boa parte da indústria nacional que poderia desenvolver alguns fármacos e medicamentos. Apenas nesses últimos dois ou três anos nota-se uma ainda tímida retomada em atividades de desenvolvimento. Apenas para dar um contraponto nacional, a Índia fez tudo diferente do Brasil e hoje é um ator relevante, embora minoritário, no mercado mundial. Caso perseveremos numa política industrial que seja capaz de estimular setores estratégicos, como é o caso de fármacos e medicamentos, poderemos reverter essa situação. Em terceiro lugar, a opção macroeconômica trilhada pelo Brasil por toda a década de 90 e que não mudou até hoje, desestimula os investimentos produtivos e estimula a banca e os rentistas, aqueles que vivem do mercado financeiro, banqueiros e investidores nacionais e internacionais.


IVFRJ On Line - Como estimular o trabalho conjunto entre universidades e empresas considerando a existência de um parque industrial moderno, mas com pouca capacidade de inovação e de outro lado as universidades e os centros de pesquisa farmacêutica abrigando 90% dos cientistas que produzem conhecimento qualificado nesta área?

Reinaldo Guimarães - Desde o início da década atual pode-se observar um importante deslocamento da política brasileira de tecnologia em direção ao setor produtivo e à inovação. Exemplos de iniciativas que vêm somando nessa direção são a criação dos fundos setoriais, a Lei de Inovação, a política industrial, tecnológica e de comércio exterior, os fóruns de competitividade e, ainda em curso, a nova regulamentação do FNDCT. Tudo isso concorre para aproximar parte da pesquisa acadêmica das empresas e vice-versa. No entanto, vale observar que o estímulo à atividade tecnológica e inovativa nas empresas não deve se sustentar apenas na interação com a academia. Será necessário investir diretamente em empresas, como o Programa Pró-Farma, do BNDES está procurando fazer.


IVFRJ On Line - Qual a sua avaliação sobre a importância da pesquisa, desenvolvimento e inovação para o setor de fármacos no Brasil?

Reinaldo Guimarães
- Como em todo mundo, essencial.


IVFRJ On Line - De que forma seu trabalho frente a vice-presidência de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da Fiocruz poderá contribuir para modificar esta dependência brasileira da indústria farmoquímica internacional?

Reinaldo Guimarães - A Fiocruz, nos últimos anos, tem fomentado o desenvolvimento tecnológico e a inovação em saúde no Brasil, de acordo as prioridades colocadas pela política pública de saúde. Pelo lado da produção, melhorando em qualidade e quantidade o atendimento à demanda do Ministério da Saúde por medicamentos e vacinas. Pelo lado do desenvolvimento tecnológico, aprimorando as redes de diagnóstico, medicamentos, vacinas e proteoma, além da montagem de plataformas multiusuário para P&D nessas áreas. Vale lembrar que nessas redes, todos os produtos almejados são prioritários para o SUS e a maioria deles diz respeito a doenças negligenciadas. No terreno do avanço do conhecimento, a Fiocruz desenvolve há pouco mais de dois anos o projeto Inovação, cujo objetivo é realizar prospecção tecnológica para todos esses componentes do Complexo Industrial da Saúde. Aliás, o próprio conceito de Complexo Industrial da Saúde foi desenvolvido na Escola Nacional de Saúde Pública, em pesquisa liderada pelo prof. Carlos Gadelha. Finalmente, é importante mencionar o esforço realizado pela Fiocruz no campo da gestão tecnológica, mais especificamente no âmbito da proteção da propriedade intelectual, da transferência de tecnologia e da construção de parcerias com empresas públicas e privadas.

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