Medicamentos
que falam português
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No dia 21 deste mês, a Agência FAPESP publicou em
seu boletim on line matéria sobre a palestra
do professor Eliezer Barreiro, coordenador
do Instituto Virtual de Fármacos do Rio de Janeiro,
durante a 57ª Reunião Anual da SBPC, em Fortaleza,
sobre a produção e o desenvolvimento de fármacos que
falam português. A seguir a íntegra do texto assinado
por Eduardo Geraque.
Medicamentos
que falam português
A dúvida foi apresentada por Eliezer Barreiro no final
de sua palestra, durante a 57ª Reunião Anual
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), em Fortaleza. A pergunta do professor
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é
instigante: "Pode uma sociedade ser soberana para
cuidar de sua saúde com fármacos que falam vários
idiomas, menos o seu próprio?"
Otimista, e grande defensor de que o Brasil
desenvolva seus próprios fármacos e medicamentos,
Barreiro vê boa possibilidade de que isso ocorra.
"Temos uma grande capacidade científica instalada.
É, sem dúvida um sonho possível", disse durante
o simpósio Química para o desenvolvimento sustentável:
do biodiesel ao fármaco.
Na visão do cientista não existe apenas o caminho
da matéria-prima natural. Segundo ele, está claro
que a biodiversidade brasileira leva os pesquisadores
ao desenvolvimento de novos fármacos, com base em
plantas. O próprio laboratório de Barreiro, na UFRJ,
tem patentes depositadas de uma substância extraída
do óleo sassafrás, que atua no coração. "Mas também
acredito na outra opção: temos como desenvolver medicamentos
pela via sintética, com base em biotecnologia",
disse.
Mas, para o pesquisador, tanto faz um caminho como
o outro - e, no caso da biodiversidade, a palavra
sustentabilidade deve estar sempre associada ao processo
-, porque o gargalo é único. "Precisamos de mais
grupos e de doutores na área de estudos toxicológicos.
Esse ainda é um campo que carece de maior densidade
humana", afirmou.
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