Desenvolvimento sustentável
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Medidas
discutidas na 3ª Conferência Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação já podem ser adiantadas
O
O desenvolvimento sustentável do país, conforme discutido
em Brasília, de 16 a 18 de novembro pelos 1,5 mil
participantes da 3ª Conferência Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação (CNCTI), depende de muitos outros
fatores. Em entrevista à Agência Fapesp, Carlos Aragão,
diretor da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)
e secretário-geral da 3ª CNCTI, afirmou que "a inovação
é uma das ferramentas necessárias para que um país
possa gerar riquezas e obter o seu desenvolvimento
econômico e social, mas é apenas parte do problema".
Segundo o dirigente, um país tem que investir também
de forma maciça em educação, infra-estrutura, transportes
e na diminuição de sua carga tributária, por exemplo,
para que todas as engrenagens do sistema possam funcionar
plenamente. "Além da questão burocrática, é fundamental
o investimento em recursos humanos. Temos que formar
mais pesquisadores", disse.
Aragão fez um balanço positivo da conferência e aponta
os próximos passos. "Na conferência anterior, surgiu
o famoso Livro Branco. Agora, o importante é entender
que estamos num processo e que temos de avançar",
explicou. Segundo ele, uma série de recomendações
feitas pela conferência anterior foi levada em consideração.
Apesar de estar previsto o lançamento de um DVD com
o conteúdo de tudo o que se discutiu durante os três
dias da 3ª CNCTI, o mais importante será a divulgação
de um documento que será concluído o mais rapidamente
possível, segundo a organização. "Vamos enunciar uma
série de propostas feitas durante as sessões. Essa
lista será encaminhada tanto ao poder Executivo como
ao Legislativo e ao Judiciário", assegurou Aragão.
Algumas medidas propostas pela 3ª CNCTI já podem ser
adiantadas. "Uma questão clara é a da subvenção financeira
para a inovação. Uma das propostas que deverá constar
do documento é a limitação do contingenciamento dos
fundos setoriais. O ideal é que esse limite seja de
40% e que diminua até 2009", disse Aragão.
"Outro grande avanço que sai da conferência é o consenso
de que a política industrial deve ser acoplada ao
sistema de CT&I, junção que vai fomentar o desenvolvimento
do país. Temos que criar e consolidar os mecanismos
para que esses laços fiquem cada vez mais fortes",
afirmou o diretor da Finep.
Se em cada uma das grandes áreas abordadas pelas sessões
da conferência - Geração de riqueza; Inclusão social;
Áreas de interesse nacional; Instrumentos, gestão
e regulação e Presença Internacional - apareceram
os problemas, mas também os caminhos para que esses
obstáculos possam ser ultrapassados, há uma quase
unanimidade de que o potencial do Brasil é grande.
Veja a cobertura completa da
3ª Conferência Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação.
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