Lucros
com Genéricos apresentam alta considerável em
2005 |
Apesar de algumas pesquisas apontarem que os medicamentos
genéricos ainda são pouco utilizados pelos brasileiros,
as cifras desse setor apontaram uma alta considerável
de 2004 para 2005. De acordo com a Associação Brasileira
das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos),
que representa os principais fabricantes do país,
no ano que se encerrou foram vendidas 151,8 milhões
de unidades, equivalendo a alta de 23,4% sobre 2004.
Esse fenômeno deve-se em grande parte à valorização
do real, que reduziu o custo das matérias-primas importadas.
Com isso, o faturamento do setor cresceu quase duas
vezes mais (56,6%), atingindo US$ 694,7 milhões. O
desempenho elevou a participação dos genéricos no
total de medicamentos vendidos no país para 11,9%.
No entanto, os lucros para o Brasil poderiam ser muito
maiores se uma questão fundamental fosse tratada com
maior importância. Nenhuma indústria farmacêutica
no país produz a matéria prima do genérico. De acordo
com a professora de Química Medicinal da Universidade
Federal de Pernambuco, Dra. Suely Lins Galdino, é
necessária uma ação política maior sobre o assunto.
"Na verdade, a questão do genérico no Brasil é complicada
porque nenhuma indústria brasileira produz esses medicamentos.
As empresas brasileiras compram a matéria-prima e
apenas embalam e comercializam o genérico. É preciso
uma ação coordenada no país focada nessa questão.
Portanto, a questão genérico ultrapassa os muros da
academia e passa a ser um problema político"- afirmou.
Para Suely, o Brasil é visto apenas como um negócio
para as empresas do exterior. Segundo ela, as potências
estrangeiras não visam abrir laboratórios de pesquisas
no país. "O Brasil é visto como um negócio e não como
uma nação. O país representa uma fatia de sete por
cento nos lucros das indústrias farmacêuticas internacionais.
Por esse motivo, não existe interesse dos estrangeiros
em abrir um laboratório de pesquisas no Brasil"- disse
a professora.
Suely Galdino ressaltou como fundamental, até para
a segurança do próprio país, o incentivo ao trabalho
no setor de fármacos. "É um projeto de médio e longo
prazo, a ser colhido em até 20 anos, mas tem que acontecer.
O país necessita se tornar independente na área de
fármacos e medicamentos, até por questões de segurança"-
comentou.
Dados de comercialização de Medicamentos Genéricos
no Brasil:
Total
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1617
|
Comercializados
|
945
|
Total
|
299
|
Comercializados
|
203
|
Total
|
7596
|
Comercializados
|
1689
|
Número
de Classes Terapêuticas
|
Total
|
64
|
Comercializados
|
49
|
Laboratórios
fabricantes:
|
61
|
Dos fármacos registrados, 82,3% são utilizados em
Farmácia - predominamente oral (comprimidos, cápsulas,
soluções, xaropes, suspensões orais) e tópicos (cremes,
pomadas, loções). O restante (17,7%) é para uso hospitalar
- predominantemente via injetável.
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