Sociedade
Brasileira de Química cria Prêmio Fernando Galembeck |
Para muitos pesquisadores brasileiros, um dos caminhos
para o crescimento profissional é tentar juntar
ciência e inovação tecnológica. Junte-se a isso,
a busca incansável por informações científicas novas,
a necessidade de correr riscos, além da vontade
de ser um "resolvedor" de problemas.
Diante desses desafios, a Sociedade Brasileira de
Química (SBQ) decidiu criar uma distinção específica
para inovação tecnológica em química, o Prêmio Fernando
Galembeck. O ganhador da primeira edição foi o próprio
Galembeck, do Instituto de Química da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto do
Milênio de Materiais Complexos.
De acordo com a presidência da SBQ, o prêmio é uma
homenagem ao professor Galembeck, que foi o primeiro
a recebê-lo por sua contribuição à inovação tecnológica
brasileira. Diante da homenagem, Galembeck afirmou
que ciência e tecnologia deviam ser pensadas em
conjunto, pela mesma cabeça e na mesma hora.
Além dos problemas com as políticas governamentais
- nem sempre preocupadas em criar condições ou alimentar
um ciclo virtuoso de ciência e tecnologia -, Galembeck
também não se esquivou de lembrar que, "muitas vezes,
o problema também está no próprio pesquisador".
Segundo o professor da Unicamp, que no ano passado
viu a multinacional Bunge lançar um pigmento branco
para tintas fabricado a partir de nanopartículas
de fosfato de alumínio - projeto de pesquisa coordenado
por ele durante nove anos -, é importante, no momento
de uma negociação com o setor privado, mostrar mais
do que apenas confiança pelo conhecimento acumulado
ao longo dos anos.
Apesar dos grandes obstáculos - e da química, segundo
aponta, ser uma "inesgotável fonte de riquezas,
mas também de problemas em algumas situações, tanto
para o homem como para o meio ambiente" -, Galembeck
se diz otimista com o cenário brasileiro para a
inovação tecnológica. "Ou melhor, razoavelmente
otimista, eu diria", corrige rapidamente.