Cresce
o número de remédios falsificados
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CPI
da Pirataria aponta crescimento, já indústria Farmacêutica
fala em redução
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No
dia 11 de agosto, a Comissão Parlamentar de
Inquérito da Pirataria entregou ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva o relatório final
dos trabalhos da CPI. Em 12 capítulos, o documento
apresenta denúncias, dados e resultados das
investigações que comprovam o avanço da pirataria
no País. Pelo relatório, os |
setores de bebidas; cigarros; produtos farmacêuticos;
copiadoras; direitos autorais e editoriais; indústria
fonográfica; softwares e notebooks; óculos e TVs por
assinatura são os mais afetados pelas falsificações.
As investigações em torno da pirataria de medicamentos
começaram quando surgiram os primeiros casos de remédios
que causaram graves danos à saúde da população. O
primeiro deles foi o medicamento denominado Celobar,
fabricado pelo Laboratório Enila Indústria e Comércio
de Produtos Químicos e Farmacêuticos S. A. O segundo
produto investigado foi o Methyl Lens Hypac 2%, fabricado
pela empresa Lens Surgical Oftalmologia Indústria
e Viveira, suspeito de ter causado casos de oftalmite
e cegueira em pacientes de hospitais de São Paulo
e do Rio de Janeiro.
O terceiro foi o OPT VISC 2%, apresentado em seringa,
que, assim como o anterior, contém a substância metilcelulose,
causando graves problemas a pacientes submetidos a
cirurgia de catarata.
Segundo o relator da primeira fase da CPI, deputado
Leonardo Picciani, os medicamentos pirateados podem
vir de fora já falsificados, pelo Paraguai ou pelos
portos, ou podem ter sua montagem final no Brasil.
De acordo com Picciani, os estados do Rio de Janeiro
e São Paulo são os maiores consumidores de remédios
adulterados .
Depois de terminados trabalhos da CPI, os integrantes
da comissão concluíram que combater a pirataria de
medicamentos é uma tarefa bastante difícil pela semelhança
que o produto falsificado tem com o original e pela
dificuldade de identificação desse tipo de medicamento,
pois sua não eficácia só é comprovada depois dele
ter sido utilizado pelo paciente.
O relatório aponta ainda que os primeiros casos estudados
demonstram que o Brasil, apesar de acumular bastante
experiência com a falsificação e adulteração de medicamentos
nos anos de 1997 e 1998, quando foram criadas normas
para as embalagens de remédios, ainda carece de um
sistema eficiente de fiscalização, especialmente no
comércio atacadista e varejista de produtos farmacêuticos
adulterados .
FEBRAFARMA acredita em redução de falsificações
No entanto, apesar de o relatório apontar que cresce
o número de medicamentos falsificados no Brasil, a
Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica afirma
que trabalhos de prevenção e fiscalização de remédios
falsificados, realizados em parceria com a ANVISA,
Polícia Federal, com a Federação Internacional da
Indústria Farmacêutica e com a Organização Mundial
da Saúde, têm reduzido de maneira significativa os
casos de produtos farmacêuticos adulterados. Segundo
o Diretor Técnico Regulatório da FEBRAFARMA, Lauro
Moreto, as medidas de prevenção vão desde a fiscalização
das cargas de medicamentos que chegam ao país à avaliação
das amostragens de cada lote de remédios. De acordo
com o diretor, desde 1997, quando entraram em vigor
as normas para a embalagem, o ministério da Saúde
e o setor farmacêutico fazem uma campanha de mobilização
da sociedade para que todos fiquem atentos ao medicamento
adquirido.
No documento apresentado ao Presidente Lula, a comissão
da pirataria sugere a criação de um Comitê Federal
de Combate à Pirataria, integrado a um órgão de fiscalização,
para que sejam identificadas as origens dos produtos
piratas. Outra solicitação é que a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária, a ANVISA, intensifique a
fiscalização de laboratórios, distribuidoras e farmácias
para que os remédios falsificados não cheguem aos
cidadãos.
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