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IVFRJ On Line - 33ª Edição
Ano II - 16 de agosto de 2006
Novos fármacos e pesticidas por meio da modelagem molecular
Entrevista Prof. Carlos Sant´Ana - UFRRJ

O professor Carlos Mauricio Rabello de Sant'Anna é do Departamento de Química da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e também professor coloborador do LASSBio/UFRJ. O trabalho dele na pesquisa e orientação de alunos está voltado para o uso de métodos de modelagem molecular para o planejamento e a compreensão do mecanismo de ação de substâncias bioativas. Na Rural, o principal interesse do professor Carlos são as substâncias com ação pesticida (inseticidas, herbicidas e fungicidas), com ênfase nas questões da resistência e da melhoria da seletividade na ação dessas substâncias. Em entrevista ao IVFRJ On Line, o pesquisador revela mais sobre suas pesquisas e os resultados promissores.


IVFRJ On Line: Do que trata sua pesquisa?

Carlos Sant'Anna: Realizo pesquisas em modelagem molecular na área do desenvolvimento de substâncias antiparasitárias aplicadas a doenças humanas negligenciadas, em colaboração com a professora Aurea Echevarria e o grupo das Dras. Leila Mendonça Lima e Leonor Leon, da Fiocruz. Os mecanismos de ação de fármacos e pesticidas, embora com objetivos bem diferentes, guardam muitas semelhanças no nível molecular, já que quase sempre envolvem a inibição de enzimas e o agonismo/antagonismo de receptores celulares. Realizo também colaborações com pesquisadores que fazem a síntese e a avaliação da atividade biológica das substâncias candidatas a pesticidas, com os professores João Batista Neves da Costa e Marco Edilson Freire de Lima. No LASSBio/UFRJ, coordenado pelo professor Eliezer Barreiro, colaboro em pesquisas e orientações no laboratório de modelagem molecular de fármacos, com enfoque principal na área de antiinflamatórios e analgésicos, junto com os Drs. Laurent Dardenne e Nelilma Romeiro.


IVFRJ On Line: Como surgiu a idéia ou interesse por essa linha de pesquisa?

Carlos Sant'Anna: Meu interesse pela modelagem molecular começou no meu doutorado, feito de Instituto de Química da UFRJ sob orientação dos professores Ricardo Bicca de Alencastro e Eliezer Barreiro. Logo a seguir, em 1997, ingressei como professor da Rural, onde, pela própria vocação agrária da Instituição, acabei me voltando para a pesquisa com pesticidas. Já desde essa época mantenho uma colaboração com o LASSBio/UFRJ, atuando nas áreas de interesse do laboratório.


IVFRJ On Line: As pesquisas contam com algum apoio?

Carlos Sant'Anna: O laboratório de modelagem molecular da Rural, mantido em colaboração com a professora Clarissa Oliveira da Silva, funciona com recursos da Faperj e do CNPq. Os recursos de que disponho no momento são do último Edital Universal do CNPq, no valor de R$ 30.000,00.


IVFRJ On Line: Em que fase se encontra essa pesquisa?

Carlos Sant'Anna: Na Rural já temos vários compostos novos sintetizados pelos grupos dos professores João Batista Neves da Costa e Marco Edilson Freire de Lima com atividade inseticida comprovada. Alguns desses compostos mostraram-se inócuos em testes em mamíferos, o que lhes confere um perfil de seletividade bastante promissor. Na área dos antiparasitários, já há compostos identificados com ação contra Leishmania amazonensis, sintetizados pelo grupo da professoa Aurea Echevarria. As pesquisas continuam no sentido da busca da melhoria do perfil de ação dessas substâncias e pretende-se patentear os compostos mais promissores.


IVFRJ On Line: Que tipo de benefício e ou vantagem sua pesquisa pode trazer para a sociedade?

Carlos Sant'Anna: O mais importante para mim é poder aplicar a modelagem em áreas de interesse social, que são a melhoria na produção de alimentos e a produção de novos fármacos. No Brasil, a redução da dependência tecnológica passa necessariamente pela Universidade, já que a tradição de pesquisa na indústria é muito pequena. No caso dos fármacos, é importante, por um lado, permitir que se formem pessoas capazes de usar as mesmas técnicas usadas nos países desenvolvidos para o planejamento de novos fármacos. Por outro lado, a busca de novas estruturas, em particular em áreas de pouco interesse comercial para a indústria farmacêutica, vai trazer benefícios para a saúde da população mais pobre. Com relação aos alimentos, as pragas são responsáveis por perdas significativas na produção e é inevitável o uso de pesticidas na produção em larga escala, na maior parte pouco seletivos e que causam problemas ecológicos sérios. O problema é agravado pelo desenvolvimento de resistência, que leva a um aumento do uso dos pesticidas, elevando o custo da produção e os impactos ecológicos. Acho que é possível reduzir os custos e o impacto no ambiente através de um planejamento racional dos pesticidas.

Entrevista e edição: Edna Ferreira


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