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IVFRJ On Line - 33ª Edição
Ano II - 16 de agosto de 2006
Um possível fim para a migração do câncer
Pesquisadores da UERJ identificam substância que diminui a incidência de metástase
Por Matheus Fierro

A metástase é a capacidade que as células cancerosas têm de migrar através do sistema circulatório (sangüíneo e linfático) para outros tecidos ou órgãos à distância do tumor primário. Uma equipe de cientistas, sob a liderança da professora Thereza Christina Barja-Fidalgo, do laboratório de farmacologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), vem conseguindo resultados significativos no combate a esse fenômeno do câncer. Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado, ou seja, maligno de células que invadem tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo.

Por meio de uma mutação genética, o elemento que controla o funcionamento da célula, ácido desoxirribonucléico (DNA), passa a enviar instruções erradas para as atividades celulares. Essas alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, esses genes, transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização, ou cancerização, das células normais. Essas células modificadas, chamadas de células cancerosas, têm potencial de se dividirem rapidamente, tendem a ser agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas.

A proliferação e a sobrevivência da célula cancerosa depende da sua capacidade de aderir a outras células e migrar dentro do organismo. Para que isso ocorra, é necessária uma interação entre as próprias células, que é feita através de uma proteína chamada integrina. Esse polipeptídeo envia sinais intracelulares que alteram o comportamento das células e influenciam no ciclo e na morte celular. Por isso, essas proteínas são alvos de pesquisas nacionais e internacionais, dada a sua importância no diagnóstico de doenças e na sua capacidade terapêutica.

A pesquisa da equipe de Thereza Christina teve início há quatro anos com o isolamento de uma desintegrina do veneno da jararaca. "Um desenvolvimento significante no estudo das interações via integrinas foi a descoberta em venenos de serpentes, e posteriormente em mamíferos, das desintegrinas (DIS). Peptídeos que ligam-se seletivamente às integrinas, as DIS, podem inibir várias das suas funções. O nosso grupo vem estudando o efeito das desintegrinas em células de melanomas murinos e humanos, vem investigando as conseqüências da interação das DIS com as integrinas das células e vem analisando a sinalização intracelular responsável pela proliferação e sobrevivência celular." disse a professora da UERJ.

Os cientistas da Universidade Estadual descobriram que as DIS, ao se ligarem às integrinas, ocupam estes receptores, impedindo a conexão de outros ligantes e disparando sinais intracelulares que modificam o perfil de ativação das células de melanoma, afetando sua capacidade proliferativa e migratória, reduzindo as chances de ocorrência de metástase.

É ainda intenção da pesquisa descobrir uma fonte alternativa para as desintegrinas. "O veneno das cobras é uma matéria prima muito cara", afirma Thereza. "Estamos trabalhando em conjunto com outros grupos da UERJ e da UFRJ para obter fontes mais baratas de desintegrinas". Alguns grupos nacionais e internacionais conseguiram produzir, através de síntese bacteriana, um clone exato de alguns tipos de DIS. No entanto, o grupo carioca vem utilizando um polipeptídeo de cadeia mais complexa e não foi beneficiado pelas pesquisas. "Na maioria das DIS purificadas de veneno, a seqüência responsável por sua ligação seletiva à determinada integrina já foi identificada. Contudo, para a maioria delas, a síntese química de análogos desses sítios de ligação não apresentou a seletividade necessária, mostrando uma alta complexidade dessa estrutura."

O projeto ainda se encontra em primeira fase experimental, tanto in vitro como in vivo e por isso não há previsão de registro de patente. A professora é cautelosa ao falar sobre o futuro da pesquisa para a população. "Ainda é cedo para especular as vantagens ou desvantagens do que poderia ser um produto no mercado. No momento, pensamos nas desintegrinas como excelentes candidatos-protótipo para o desenvolvimento de novos fármacos que interfiram nas funções celulares moduladas por proteínas de adesão. Podendo ainda auxiliar na investigação sobre o papel das integrinas na modulação da funcionalidade celular". Apesar disso, ela deixa escapar que um medicamento só será possível daqui há pelo menos 10 anos.



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