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IVFRJ On Line - 37ª Edição
Ano III - 19 de outubro de 2006
Em busca da jornada máxima semanal de 30 horas para farmacêuticos

Por Lucia Beatriz

Com o apoio de sindicatos, associações, conselhos e outras entidades, a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) lidera um movimento nacional, em busca da aprovação, no Senado Federal, do Projeto de Lei Complementar (PLC) 113/05, que fixa em 30 horas a jornada máxima de trabalho para os farmacêuticos. Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto está em trâmite, desde novembro do ano passado, no Senado Federal, onde foi encaminhado à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e aguarda parecer favorável da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para obter constitucionalidade e poder, finalmente, ser votado em plenário.

O projeto em discussão faz parte de uma luta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) da CUT pela redução da carga horária de todos os trabalhadores de Saúde e tem o respaldo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A jornada de 30 horas é recomendada porque ela beneficia pacientes, usuários e trabalhadores de saúde do mundo inteiro. Nas jornadas extenuantes a qualidade do atendimento da população é comprometida. O desgaste de lidar com sofrimentos, angústias e mortes requer condições especiais, onde a jornada de trabalho deve prever tempo para o aprimoramento, descanso e lazer.

Levando em conta o desgaste e os riscos de determinadas profissões, várias categorias da saúde já tiveram sua jornada de trabalho reduzida: médicos (20 horas), técnicos em radiologia (24 horas), fisioterapeutas e terapeutas educacionais (30 horas). Outras carreiras que trabalham sob estresse, pressão e fadiga, como metroviários, telefonistas e ascensoristas também já garantiram jornadas menores. Atualmente, a carga horária dos farmacêuticos é de 44 horas semanais, restando pouco tempo para o seu aprimoramento e atualização, dada a velocidade com que se processam os avanços científicos na sua área de conhecimento.

Em entrevista ao IVFRJ On Line, a Drª. Célia Gervasio Chaves, presidente da Fenafar esclaresce pontos importantes da campanha de redução da jornada de trabalho dos farmacêuticos.


IVFRJ On line: Por que reduzir a jornada de trabalho?

Drª. Célia Chaves: A redução da jornada de trabalho é uma luta e uma evolução constante na história das relações de trabalho que serve como indicador do grau de democracia, cidadania, de maturidade nas relações sociais e mesmo do processo de civilização de povos ou nações. É evidente a relação direta entre desenvolvimento humano e econômico, qualidade de vida e cultura democrática com jornadas de trabalho menores. Os países que lideram o ranking de desenvolvimento humano, não por acaso, são os que apresentam menores jornadas de trabalho. Não se pode esquecer que as inovações tecnológicas e organizacionais constantemente introduzidas desde as últimas décadas do século XX potencializam as oportunidades para redução da jornada. A luta pela redução da jornada de trabalho, além de histórica, tem sido tema de debate em diversos fóruns.



IVFRJ On line: Qual a importância da aprovação do PLC 113/2005?

Drª. Célia Chaves: No setor saúde encontram-se diversos fatores que potencializam a necessidade da redução da jornada de trabalho. O trabalhador farmacêutico como trabalhador de saúde que é, tem o direito, como outros profissionais, de reivindicar e assegurar a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais para cumprir com sua função dentro dos estabelecimentos de saúde, visando assegurar a assistência terapêutica integral, a promoção, proteção e recuperação de saúde. As últimas Conferências de Saúde e a 2º Conferência Nacional de Recursos Humanos aprovaram a jornada máxima de 30 horas, o que significa dizer que não só os trabalhadores da saúde, mas usuários e gestores, entenderam essa necessidade. A Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS também tem esse tema encaminhado para debate. Neste sentido, entendemos que a aprovação do PLC 113/05 será uma importante vitória não apenas dos farmacêuticos, mas do conjunto dos profissionais de saúde e, sem dúvida terá como maior beneficiada a sociedade brasileira.



IVFRJ On line: Fale um pouco sobre a campanha nacional pela aprovação da jornada máxima de 30 horas para os farmacêuticos.

Drª. Célia Chaves: A mobilização da categoria, dos demais profissionais e da população em geral neste momento é fundamental para criar um clima favorável no Congresso Nacional. Por isso, a Fenafar lançou a Campanha Nacional pela aprovação das 30 horas com elaboração de diversos materiais como cartazes, adesivos, folhetos e com a realização de diversas atividades como debates sobre o tema em todo o território nacional, alem de matérias e entrevistas que facilitam a divulgação do assunto. É fundamental neste momento esclarecer ao Congresso e a sociedade sobre o trabalho do profissional farmacêutico como profissional de saúde. É preciso ter claro que, ao falarmos de saúde, falamos de um serviço diferenciado, onde a produtividade não dever ser medida pelo número de pacientes atendidos. Não se mensura sua qualidade simplesmente pelo número de receitas atendidas.



IVFRJ On line: No caso da aprovação do projeto de lei, haverá desemprego?

Drª. Célia Chaves: Ao contrário de argumentos de que aprovado o projeto em discussão causará desemprego, aumentará a empregabilidade, gerará mais postos de trabalho, uma vez que os estabelecimentos deverão contratar maior número de trabalhadores farmacêuticos para garantir a assistência farmacêutica digna à população em tempo integral. Neste sentido, é importante também esclarecer sobre o funcionamento das farmácias e drogarias em nosso País. A Lei 5.991/73 dispõe que todo o estabelecimento de dispensação de medicamentos, seja ele, farmácia ou drogaria, é obrigado a ter trabalhador farmacêutico durante o tempo integral de funcionamento. Atualmente, o trabalhador deve cumprir 44 horas semanais e os estabelecimentos existentes devem seguir a lei, ou seja, se o estabelecimento funciona oito horas diárias, doze horas, ou até 24 horas, deve ter trabalhadores farmacêuticos suficientes para assegurar a assistência farmacêutica de qualidade e serviços que fazem parte de sua função.



IVFRJ On line: Como os estabelecimentos de saúde e as farmácias estão vendo esta proposta de diminuição da carga horária de trabalho?

Drª. Célia Chaves: Considerando que o Projeto de Lei já aprovado na Câmara dos Deputados assegura a redução da jornada máxima sem a redução de salário é compreensível uma primeira reação desfavorável por parte dos empregadores. Entretanto, as empresas com gestão moderna e inteligente cada vez mais estabelecem políticas que buscam a satisfação, o bem estar, o espírito de cooperação, a tranqüilidade e a motivação dos trabalhadores, condições básicas para o desenvolvimento de qualquer tipo de trabalho, especialmente aqueles que envolvem criatividade, elaboração, atenção e tomada de decisões.

O ambiente do trabalho em saúde é o oposto do que é amplamente aceito como fundamental para a satisfação e, portanto, motivação e, conseqüentemente, qualidade e compromisso com o trabalho, sendo extremamente desgastante para os trabalhadores. Isso quer dizer que, mais do que na maioria das atividades, na saúde a necessidade de políticas de satisfação dos empregados é fundamental para dar conta deste excesso de desgaste. Acrescente-se a isto o fato de que, sendo serviço público essencial, a busca pela qualidade, eficiência e eficácia devem ser permanentes e, portanto, alimentadora de iniciativas neste sentido.


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