"Dormideira" pode gerar produto anticárie |
A planta Mimosa pudica, uma das espécies
popularmente conhecidas como "Dormideira", contém
uma ou mais substâncias capazes de inibir ou eliminar
a principal bactéria responsável pela cárie dentária:
o Streptococcus mutans. A constatação destes
efeitos é de uma pesquisa desenvolvida na Uenf (Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro), que
já gerou o depósito de uma patente junto ao INPI
(Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
Depois de verificar a atividade biológica do extrato
bruto da planta, os pesquisadores buscam isolar
a substância(s) responsável(eis) por essa atividade.
A bactéria não é a única causadora da cárie dentária,
mas neutralizar o seu papel no processo seria um
passo muito importante, já que as causas do problema
atuam em combinação. Por exemplo: com patente já
requerida, a pesquisa da Uenf pode resultar em ingrediente
para creme dental ingestão de alimentos ricos em
açúcares normalmente leva ao surgimento de cáries,
mas isto ocorre devido à fermentação provocada pela
bactéria. A pesquisa vem sendo desenvolvida no Laboratório
de Ciências Químicas da Uenf (LCQUI) pela doutoranda
Moema M. Peralva dos Santos, que é dentista há 25
anos, e pelo seu orientador, professor Ivo José
Curcino Vieira.
Os trabalhos envolvem a cooperação dos professores
Olney Vieira da Motta, do Laboratório de Sanidade
Animal, e Meire Lélis Leal Martins, do Laboratório
de Tecnologia de Alimentos. "Incluímos a "Dormideira"
nos nossos estudos em vista dos dados etnofarmacológicos,
ou seja, das sugestões da chamada medicina popular,
onde segundo dados, a planta apresenta propriedades
antiinflamatórias e sedativas - conta Moema, que
atuou durante 14 anos como professora de "Saúde
coletiva" na Faculdade de Odontologia de Campos.
Produto
É cedo para pensar no produto final, mas o que
se vislumbra é a produção de um preparado para bochecho
ou um ingrediente a ser incorporado ao creme dental,
sempre na linha da prevenção. Entre os experimentos
na Universidade e o produto final há uma série de
etapas, que incluem testes toxicológicos e clínicos
realizados in vivo.
Estas etapas normalmente são cumpridas mediante
o interesse e os investimentos de indústria privada.
De qualquer forma, o processo de obtenção do extrato
bruto está sendo patenteado, e a pesquisa - que
já teve apoio do CNPq - segue com bolsa da Faperj
(Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa
do Estado do Rio de Janeiro).
Os experimentos realizados in vitro permitiram verificar
as doses suficientes para inibir a bactéria (concentrações
bacteriostáticas) e as doses necessárias para eliminá-las
(concentrações bactericidas). A idéia dos pesquisadores
não é eliminar totalmente a bactéria, mas sim mantê-las
da cavidade bucal em níveis que não provoquem cáries.
Fonte:
Assessoria de Comunicação da UENF
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