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IVFRJ On Line - 44ª Edição
Ano III - 18 de abril de 2007
Faculdade de Farmácia da UFRJ comemora 60 anos
Uma reflexão sobre a história e o futuro do ensino farmacêutico no Brasil

Por Lucia Beatriz


Para comemorar os seus 60 anos de autonomia administrativa, a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de 9 a 11 de abril,
reuniu antigos diretores, professores, funcionários, alunos e ex-alunos, no Centro de Ciências da Saúde, para relembrar sua história.

O I Simpósio Interno de Ensino, Pesquisa e Extensão foi organizado especialmente para celebrar a data e convidou a todos para refletir, em conjunto, sobre o futuro do ensino farmacêutico no Brasil.

Muita emoção na abertura do evento, que começou com apresentação do Coral Meninos de Luz, com crianças da comunidade Cantagalo Pavão-Pavãozinho, sob a regência da professora Maria José Chevitarese, da Escola de Música da UFRJ.

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O repertório, escolhido ao acaso, se encaixou perfeitamente com o conteúdo dos discursos que ainda estavam por vir. "Não quero dinheiro" de Tim Maia representou os valores éticos dos farmacêuticos, que devem trabalhar "Sem Compromisso" com a indústria farmacêutica. A música "Sorte" lembrou que a despeito de todo o conhecimento científico, o farmacêutico realmente precisa ter sorte para descobrir uma molécula e reconhecer os seus princípios ativos.



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Ex- Diretores e Professores da Faculdade de Farmácia/UFRJ

Todo o corpo de ex-diretores da Faculdade de Farmácia, juntamente com o professor João Ferreira da Rocha, representando todo o quadro de docentes da escola, e Neide Maria de Mendonça e Orcalino da Silva, simbolizando os seus ilustres funcionários, receberam uma homenagem especial, por terem cada um, ajudado a escrever parte dos 60 anos de história da instituição.

H O M E N A G E M

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Prof. João Ferreira da Rocha
Neide Maria De Mendonça

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Orcalino Da Silva



História da Faculdade de Farmácia

Em seu belo discurso, o diretor da Faculdade de Farmácia, Dr. Carlos Rangel Rodrigues, fez uma viagem pela história, resgatando diversas passagens de obras relevantes para a literatura mundial que refletem sobre o "fazer" da profissão farmacêutica, desde os primórdios na pré-história até a atualidade.

Aproveitou o momento também para refletir sobre separação histórica das duas profissões: médicos e farmacêuticos.

"Quando Dom João chegou ao Brasil em 1832, criou a primeira Faculdade de Farmácia no Rio de Janeiro associada à Faculdade de Medicina e Cirurgia, foi o início das ciências médicas no país. A nossa instituição, então, tem 175 anos de existência. Mas somente em 1947 conseguiu sua autonomia administrativa, consolidando a formação da farmácia científica no Brasil, por isso a importância de estarmos hoje comemorando os seus 60 anos de independência", explica Dr. Rangel.

Livro de Formatura - 1953

O presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF-RJ), Dr. Carlos Santarem, proferiu a conferência de abertura do evento ressaltando alguns aspectos da profissão farmacêutica no novo Milênio, como a necessidade de uma qualificação técnica com aprimoramento diário, devido as constantes inovações científicas e uma ética impecável no que diz respeito ao assédio da indústria farmacêutica.


I Simpósio Interno de Ensino, Pesquisa e Extensão

No dia 10 de abril foi realizada a abertura oficial do I Simpósio Interno de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Farmácia, com café cultural em que os alunos apresentaram painéis com trabalhos técnico-científicos nos mais variados temas no âmbito da graduação, pesquisa e extensão ao som do conjunto de violinistas da Escola de Música da UFRJ.

Painel das alunas Márcia, Lívia e Paula
- Campanha Nacional para uso correto dos Medicamentos -


Durante os dois dias de Simpósio, diferentes especialistas de diversas partes do país participaram de mesas redondas, onde foram discutidos os principais assuntos relativos ao ensino de graduação e pós-graduação, assim como o papel da extensão das ciências farmacêuticas para a sociedade como um todo.


Panorama do Ensino Farmacêutico no Brasil

Atualmente no Brasil há 274 cursos de graduação em Farmácia, sendo que quase 50% destes não são reconhecidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). "Em 2001, talvez devido a uma legislação mais rigorosa, que exige a presença do farmacêutico nos estabelecimentos comerciais, houve um crescimento exponencial dos cursos de Farmácia no Brasil, principalmente os privados", aponta Dra. Magali Demoner Bermond, da Comissão de Ensino, do Conselho Federal de Farmácia (CFF).

"Infelizmente o crescimento não se distribuiu pelo território", lamenta a professora Selma Rodrigues de Castilho, da Universidade Federal Fluminense (UFF). "Este fato acabou provocando uma saturação do mercado de trabalho nas regiões Sul e Sudeste, de onde vêm quase 80% dos graduandos no Brasil", completa.

Do total de cursos disponíveis no país, 83% são privados e somente 17% públicos. "Diante destes dados é necessário uma reflexão para o MEC, será que ainda há sentido abrir novos cursos de Farmácia na região Sul e Sudeste, principalmente particulares, que não tem comprometimento com a pesquisa e extensão?", questiona Dra. Selma que já fez parte do grupo de especialistas da área de Farmácia do Ministério da Educação.


Reforma Curricular

Segundo pesquisa da Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia (CFF), 75% cursos de Farmácia no país já implantaram o novo currículo, 16% estão com o antigo simultâneo ao novo e 9% ainda não passaram pela reforma curricular, destes estão incluídos 6 Universidades Federais.

"Não é por descaso, é que nas Universidades Federais os processos burocráticos para a mudança curricular são mais densos que nas particulares, são muitos formulários que precisam ser preenchidos e aprovados na congregação e nos conselhos de todos os centros em que há disciplina vinculada ao curso de Farmácia", explica o professor Jorge Fernando Teixeira Soares, coordenador de Integração Acadêmica de Graduação do Centro de Ciências da Saúde/UFRJ.

Mesa Redonda de Ensino de Graduação

Em julho deste ano, a coordenação de graduação da Faculdade de Farmácia da UFRJ promete introduzir o novo currículo, mantendo na grade a possibilidade do aluno se especializar nas três antigas habilitações, totalizando 5.285 horas, incluindo o estágio curricular. "As universidades privadas estão reduzindo a carga horária; em algumas chega a ser bem próxima a de um curso de técnico em Farmácia", denuncia Dra Magali Demoner, revelando que a carga horária ideal é de 4.500 horas e que, em algumas particulares, chegam a ser oferecidas apenas de 2.800 a 3.500 horas de ensino.

Entre outros assuntos abordados durante a mesa redonda de ensino de graduação ficou clara a necessidade de se investir na formação e capacitação dos docentes. Diante da recente reforma curricular dos cursos de Farmácia, em muitas unidades, os professores estão sendo obrigados a ministrar aulas sobre assuntos dos quais têm pouca experiência. Outro ponto também bastante debatido foi a importância de se assegurar estágios para as diversas áreas hoje contempladas no novo currículo.


Pós-Graduação

"A formação de recursos humanos na área é insuficiente para atender a enorme demanda de docentes", foi o que concluiu o professor Antônio Jorge Ribeiro da Silva, coordenador de Integração Acadêmica de Pós-Graduação do Centro de Ciências da Saúde/UFRJ. "Estão faltando doutores" foi o que também alertou o professor Humberto Gomez Ferraz, vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fármaco e Medicamentos, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo Humberto Gomez, a Indústria Farmacêutica brasileira está começando a montar centros de pesquisa e recrutando profissionais qualificados para trabalhar e não está encontrando, pois todos estão nos centros de pesquisa das universidades. "A maior demanda de doutores está nas universidades particulares, e estes, infelizmente, deixam de fazer as pesquisas para as quais foram preparados, pois a instituição privada não preza por esta área do conhecimento", explica.

Mesa Redonda de Ensino de Pós-Graduação

Nos debates ficou claro que são poucas as pós-graduações em Ciências Farmacêuticas na área Industrial no Brasil. "É necessário ter doutores para conseguirmos desenvolvimento científico e tecnológico, ainda somos um mercado totalmente dominado pela tecnologia externa", explica o professor Antônio Jorge que acredita ainda ser essencial que o governo inclua em seus planos de crescimento a associação entre pesquisa e indústria para que tenhamos novos mercados para absorção do pessoal.

A discussão sobre a política dos índices de publicações científicas adotada pela Capes também foi intensa. "Os índices estão nos controlando, mas isso é um mal necessário, obriga o pesquisador a sair do enclausuramento dos laboratórios e atualmente não há outra forma de se fazer isto. Os cientistas precisam divulgar seus resultados", reflete o professor Humberto Gomez.


Extensão no ensino farmacêutico

Na mesa redonda de extensão universitária foi discutido o papel da atividade extensionista no ensino farmacêutico. Além do relato das atividades de extensão realizadas nas Farmácias Escola, tanto da Universidade Federal Fluminense (UFF), como da Federal Rio de Janeiro (UFRJ), também foi apresentado o Programa Internato Extensionista, uma iniciativa criada há 30 anos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e que foi trazida à UFRJ pelo curso de enfermagem. No projeto, uma equipe multidisciplinar de alunos da área de saúde (enfermagem, medicina, nutrição e farmácia) saem das salas de aula e vão passar a semana em municípios carentes, exercendo suas atividades como uma forma de estágio curricular.

Palestra Prof. Ana Claudia Macedo sobre Extensão

"Como na Faculdade de Farmácia a carga horária das aulas é muito intensa estamos prevendo o internato extensionista para as férias de janeiro e julho; isto já está incluído na nova reforma curricular", informa a professora Maria Isabel Sampaio dos Santos, coordenadora de graduação da Faculdade de Farmácia da UFRJ.


Balanço do evento

Na cerimônia de enceramento das Comemorações dos 60 anos da Faculdade de Farmácia da UFRJ e do I Simpósio Interno de Ensino, Pesquisa e Extensão, o diretor Carlos Rodrigues Rangel fez algumas promessas para 2007 como o projeto de expansão da Farmácia Universitária, o projeto de levar a Faculdade de Farmácia para Macaé, promovendo assim um processo de interiorização da Universidade e a publicação de um livro contando a história dos 60 anos da instituição.

CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO

"Com uma média total de público em torno de 330 participantes e 110 trabalhos científicos apresentados, o evento ultrapassou muito as nossas expectativas", comenta entusiasmada a professora Gisela Maria Dellamora Ortiz, presidente da Comissão Organizadora do evento, que, coincidentemente, foi formada só por mulheres.


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